Asas para voar
Estamos sempre a perguntar às crianças o que querem ser quando forem grandes. Por vezes, é o reflexo daquilo que nós adultos queremos que elas sejam. Por outro lado, vejo como algo positivo, uma forma de as fazer sonhar, de dar asas à sua imaginação. É sempre mágico ouvir uma criança dizer quer ser «astronauta», «cientista», «bailarina» ou «cantora». Gosto de pensar sobretudo que quero que os meus filhos sejam o que quiserem desde que o façam com o coração!
Desde pequena que a Alice diz que quer ser «médica de grávidas». Sobretudo desde que estive grávida do Tomás. Ela adorou ir às consultas, assistir às ecografias e até foi minha acompanhante na hora da preparação para o parto. Hoje, em dia, quando lhe perguntam «o que queres ser quando fores crescida?», ela responde prontamente «obstetra».
Quando viémos viver para os Açores, eu tinha acabado de ter o Tomás (tinha um mês), mas a minha cunhada estava grávida de gémeos. A Alice passava o tempo inteiro a fazer-lhe «ecografias». Mandava-a deitar, e arranjava todos e mais alguns instrumentos para fingir que estava realmente num consultório médico.
Já o Tomás, passou por várias fases. Já quis ser polícia, bombeiro e agora diz que quer ser cozinheiro. Como o pai é jogador de futebol, toda a gente quando fazem essa pergunta pensa que a resposta vai ser «futebolista». Mas, acho que é mais como aquela questão de quando queremos impingir um clube futebolístico. Quanto mais dizemos «o Benfica é que é bom», mais eles contrariam.
Sei que vão ainda passar por muitas profissões de sonho. Vão passar por muitas experiências. Vão ter muitas dúvidas. Mas, o que importa é que sejam pessoas realizadas e felizes!
Também eu tive os meus sonhos. Quando tinha uns 4/5 anos, quando me perguntavam o que queria ser quando fosse grande respondia «noiva». Na minha cabeça de criança, era uma profissão de sonho. Mais tarde, quis ser professora, depois quis aprender muitas línguas e ser tradutora. Segui o curso de Comunicação Social e sonhei trabalhar um dia na televisão. A minha experiência como jornalista foi apenas na imprensa escrita, mas adorei!
Hoje em dia, não trabalho na área, mas posso dizer que sou feliz no meu trabalho e entrego-me de alma e coração a tudo o que propõem. E, é esse o ensinamento que quero transmitir aos meus filhos!
Para terminar, vi este texto num blog e adorei:
"Os filhos são como as águias, ensinarás a voar mas não voarão o teu voo. Ensinarás a sonhar, mas não sonharão os teus sonhos. Ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida. Mas, em cada voo, em cada sonho e em cada vida permanecerá para sempre a marca dos ensinamentos recebidos" (Madre Teresa de Calcutá).