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O Meu País das Maravilhas

Partilhas de uma mãe que adora escrever e mostrar o lado bom da vida!

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Dia da Mulher

Comemora-se hoje, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. E o que quer isso dizer afinal? Neste dia, o sexo feminino é homenageado, as mulheres são mimadas! Mas, a sua razão de existir, para quem desconhece e para os homens que gostam de dizer "O dia dos homens é todos os dias...", tem a ver com os direitos adquiridos pelas mulheres, que até meados do século XIX eram muito poucos. A grande mudança deu-se no início do século XX, na sequência de várias greves e lutas das mulheres trabalhadoras pela igualdade de direitos.

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O direito de voto foi outra das questões por que as nossas antepassadas muito lutaram. Carolina Beatriz Ângelo foi a primeira mulher a votar em Portugal, contra a vontade dos dirigentes da 1ª República portuguesa. Em 1911, foi concedido o direito de votar a todos os «portugueses com mais de 21 anos que soubessem ler e escrever e aos chefes de família, sem especificar o sexo». Esse argumento foi utilizado por Carolina Beatriz Ângelo, que era viúva e chefe de família, para votar, mas, a partir de 1913, o regime republicano especificou que só os «chefes de família do sexo masculino» podiam eleger e ser eleitos.

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Curiosamente, foi o regime de ditadura militar, surgido do golpe de 28 de Maio de 1926, que atribuiu à mulher portuguesa «chefe de família» o voto nas eleições para as juntas de freguesia. Em 1933, foi concedido o direito de voto para as juntas de freguesia às «solteiras, maiores e emancipadas, com família própria e reconhecida idoneidade moral e para as câmaras também a emancipada com curso secundário e superior e não só a maior de idade, o que também acontecia para as eleições presidenciais».

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No ano seguinte, nova lei possibilitou o sufrágio feminino e a elegibilidade para a Assembleia Nacional e para a Câmara Corporativa às mulheres com mais de 21 anos, às solteiras com rendimento próprio ou que trabalhassem, e às chefes de família e às casadas com diploma secundário ou que pagassem determinada contribuição predial. No entanto, só depois do 25 de Abril de 1974, é que o direito de voto se tornou universal em Portugal.

 

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O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado a 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, em memória de uma greve realizada no ano anterior, que mobilizou as operárias na industria do vestuário de Nova Iorque contra as más condições de trabalho. 

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Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, quando foi aprovada a proposta, apresentada pela socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um Dia Internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada. O fortalecimento do Sindicato Internacional de Trabalhadores deu-se depois da ocorrência de um incêndio numa fábrica, que matou cerca 125 mulheres.

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No Oriente, infelizmente ainda há muitos países em que os direitos das mulheres são muito poucos, como é o caso da Arábia Saudita, onde todas as mulheres, independentemente da idade e do estado civil, precisam ter um guardião civil. Até 2017, a Arábia Saudita era o único país do mundo onde as mulheres eram proibidas de dirigir.

Tenho uma amiga a viver lá e ela conta-me como é incrível a diferença de realidade. Por exemplo, as mulheres só podem sair à rua vestidas com a burca, existem algumas lojas em que as mulheres não podem entrar sozinhas, são proibidas de entrar em estádios de futebol e frequentar o ginásio, (excepcionalmente concederam-lhe um horário limitado, entre as 7 e as 8 horas da manhã). 

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No resto do Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920, caindo depois no esquecimento. Só foi recuperada pelo movimento feminista na década de 1960. Atualmente, a celebração do Dia Internacional da Mulher tem o seu sentido original parcialmente diluído, tendo adquirido um caráter festivo e comercial, com o hábito dos empregadores distribuirem flores às suas funcionárias, ação esta que não evoca o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917.

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Claro, que uma flor e estes pequenos mimos fazem qualquer mulher sentir-se especial. Hoje, quando cheguei ao meu local de trabalho, tinha em cima da minha secretária uma camélia com um bilhete que dizia «Um gesto, simboliza um dia, representa uma vida». E, sem dúvida, que vai ficar na memória este pequeno gesto e me vai fazer uma pessoa mais satisfeita, realizada e feliz no trabalho <3.